Há particularidades tais no universo em que habitamos, tantas que está além de qualquer dúvida razoável que não podem ser coincidências. Tais são as leis que o regem e as relações entre as forças que, contra toda esperança, é possível existir vida. A isto, um crente como eu responde que é fruto da ação divina. Alguns ateus e agnósticos respondem que as coisas são como são, e não devemos nos perguntar o porquê. Uma ducha de água fria na curiosidade e espírito científico. Outros, mais inteligentes, consideram a possibilidade de outras realidades regidas sob leis diferentes, imperceptíveis a nós, seja por estarem separados por distâncias fabulosas (muito maiores que aquilo que chamamos de universo, que parece estar se expandindo), seja por serem universos isolados deste. Em princípio, o número de tais universos seria infinito.
É claro que tais hipóteses, em princípio não são científicas (embora não sejam anti-científicas). Quem as propõem quase certamente não tem esperanças de que tais hipóteses possam, mesmo em princípio, serem provadas. São soluções puramente lógicas, que servem apenas para argumentar contra a implausibilidade de tão grandes coincidências citadas por mim no início. Não objeto nada a que proponham tal solução, reconheço que é legítimo que se argumente sobre coisas lógicamente possíveis (em princípio), mesmo que fora do alcance do método científico. Mas ai do crente que fizer isto, que propor uma solução lógica mas fora do escopo da ciência . . . Obscurantista! Medieval! ... gritarão mil vozes em uníssono . . .
De qualquer forma, A existência do infinito compartimentado parece menos satisfatória à intuição e ao senso estético, do que a existência do infinito integrado. E na maior integração, há auto-consciência.
Mas eu quero mesmo é chegar a outro ponto. O mundo não é apenas habitável, o que já seria muito. É belo. Talvez a estrutura, as relações e os números que regem o universo tenham sido escolhidos de tal forma que não apenas pudesse haver vida, mas para que houvesse também muita beleza. A água, o líquido mais comum para nós, não apenas é essencial para a vida. Ela é extremamente bela. Há beleza em toda parte, nas montanhas, nos vales, nas florestas, no mar, nas cachoeiras, nas ondas, nos seres vivos. Considerando que mesmo os fenômenos de escala sobre-humana, como grandes planetas distantes, galáxias, explosões estelares, que não são acessíveis a vista desarmada, são muito belos, fica uma questão; Terá o universo sido projetado para ser belo?
domingo, 26 de outubro de 2008
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