terça-feira, 9 de junho de 2009

CONHECE AO SENHOR – PARTE 3


“Julgou a causa do aflito e do necessitado; então lhe sucedeu bem; porventura não é isto conhecer-me? diz o Senhor.” Livro do profeta Jeremias, capítulo 22, verso 16. a respeito do bom rei Josias.




VISTA

Que bem podemos alcançar, em uma Igreja caída? Ou, colocando de outra forma, como devemo-nos guardar em meio a uma geração perversa? Há advertências específicas para os tempos da apostasia, nos quais já estamos entrando, mas não começarei por elas. È importante lembrarmos de onde caímos, como disse o Messiah à igreja em Éfeso (Apocalípse, capítulo 2). É difícil lembrar, pois esta é a primeira igreja, portanto fala de algo que aconteceu há muito tempo.

O verdadeiro amor não se ensoberbece, e se um pecado primevo da Igreja gentílica é a soberba, então é certo que deixou o amor. Quem quiser guardar-se do espírito deste século, deixe de lado primeiro seu ódio aos judeus, característico destes últimos tempos. Tal ódio, em outros tempos mais explícito, hoje esconde-se sob as mais diversas capas, instigado todo dia pela imprensa e pela academia e pela 'igreja emergente' . O ser humano de hoje considera-se tão 'puro' e 'imaculado', tão pacifista, que não toleraria olhar de frente para seu próprio ódio. Assim esconde-o sob aparência de 'bondade' e 'desprendimento'. Em menos de cem anos nós, os humanos, massacramos, prendemos e torturamos muito mais dos nossos semelhantes, por 'idealismo' e 'bondade', do que jamais havíamos feito, em qualquer outro século, por interesse próprio.

Feito isto, estamos prontos para o segundo passo. Leiamos as palavras de nosso Mestre. Mas as leiamos com muito mais respeito do que jamais as temos lido. Não podemos, se afirmamos que nosso Salvador é a Palavra do Eterno encarnada, trata-lo com menos respeito do que seria tratado um autor qualquer. Mas o mínimo de respeito por um autor qualquer, exige, de um leitor instruído, que considere suas palavras no contexto do seu debate com seus precursores e contemporâneos. O que vou sugerir ao leitor é talvez quase inimaginável, sob o peso de quase dois milênios de ódio atroz contra tudo que é judaico, mas vou dizer mesmo assim: Leia Yeshua e seus emissários no contexto dos debates judaicos anteriores e contemporâneos a eles. Não dê muita atenção a comentários atuais sobre tal contexto, pois tais comentários estarão contaminados por visões extemporâneas. Escave as fontes, e leia o máximo que conseguir de citações de documentos os mais antigos. Quando os comentários posteriores citarem textos antigos, dê mais atenção aos textos citados do que aos comentários, não deixe sua mente escrava dos comentaristas. Se souber alguma língua antiga, tanto melhor. Deixe sua mente imbuir-se do contexto, rejeite 'esclarecimentos' simplificadores, mas tente apreender os debates na sua complexidade. Separe os diversos debates, os diversos debatedores, e os diversos contextos. Lembre-se sempre que Yeshua e seus emissários eram JUDEUS. Qualquer coisa que soe grega, seja estoicismo, gnosticismo, platonismo, não é parte real dos debates de Yeshua, que viveu a maior parte da meninice e toda sua vida adulta em Israel, falava hebraico (e aramaico) e conhecia muito bem os ensinos das diversas tradições rabínicas. Portanto, concentre-se no que é propriamente judaico. Quanto aos emissários, vale a mesma regra. Mesmo Saul (Paulo) é um autor judaico, discípulo do grande rabino Gamaliel. Tudo que houver de grego nele é apologética ou tradução de algum conceito judaico. Se você não encontrar a raiz hebraica de algo que Paulo disse, então você não terminou a lição de casa. E tenha sempre em mente que o Messiah e seus emissários dialogaram com seus antecessores e contemporâneos, mas não tiveram compromisso nenhum com autores posteriores. Tudo que foi dito depois, até o dia de hoje, é sempre suspeito de ser postiço ao debate real deles. Isto é o mínimo de consideração que merece qualquer autor. Não tratemos o Messiah e seus emissários com menos respeito que isto.

Terceiro passo: “Conhece ao Senhor”. Este é o mais difícil de todos. Haverá um tempo no futuro em que muitos conhecerão ao Senhor. Mas isto é oposto à espiritualidade deste era. Vivemos tempos de apostasia, em que há 'espertos' que sabem estar se aprofundando nos mistérios de Satanás e tolos que, julgando estar encontrando Deus, também estão se aprofundando nos mistérios de Satanás. Esta é a era da igreja emergente, a igreja de Laodicéia (leia Apocalipse), que pensa estar encontrando tesouros espirituais, mas nunca soube discernir entre o ensino do Espírito Santo e o ensino de espíritos enganadores. Conhecer ao Senhor exige uma santidade que não temos, um amor verdadeiro ao próximo. Mas vivemos a era do falso amor, em que os de consciência culpada apóiam trambiqueiros e totalitaristas, abusadores de crianças e loucos, terroristas e genocidas, se tão somente a imprensa lhes disser que, apoiando tais pessoas, serão 'do bem'. Mas é possível amar realmente, se amarmos as pessoas e não a nossa imagem. Se você quiser que digam “você é do bem”, então você será escravo da sua imagem, escravo das forças das trevas. Mas se você não se importar que lhe digam “você é do mal”, então poderá ajudar realmente aqueles que o deus deste século não quer que sejam ajudados: Os seus irmãos perseguidos, e aqueles que não confiam no espírito da época, e aqueles que o espírito da época elegeu para serem sacrificados ao diabo.

Suponho que quem agir assim, terá a vista desanuviada. Verá o que nunca viu, enxergará as nações sem máscaras. O Espírito do Eterno instruirá tal pessoa.

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